Cayena no CanaryCast: Desafios dos Marketplaces B2B

Recentemente fomos convidados a participar do Podcast da Canary, o CanaryCast, numa conversa sobre o tema Marketplaces B2B, aspectos e tendências desse modelo de negócio. A ideia era proporcionar aos espectadores um mergulho sobre as peculiaridades dessa estrutura, apresentar o cenário do mercado e explicar as diferenças entre o B2B e o B2C. Tudo isso de uma forma leve e em linguagem simples, pra alcançar justamente quem não tem afinidade no assunto.
Logo no início do episódio, nosso co-fundador, Pedro Carvalho, compartilhou os bastidores nada glamourosos da construção do nosso Marketplace e os desafios da inserção, a maior barreira de entrada:
Sofremos com o problema do inception. Ovo e a galinha. A gente não tinha clientes porque não tínhamos fornecedores e não tínhamos fornecedores porque não tínhamos clientes (...) Depois de batermos um pouco de cabeça, percebemos que não teríamos escolha senão crescer um lado do Marketplace, ainda que de maneira artificial, antes de crescer o outro (...)
Iniciamos distribuindo folhetos de ofertas pelas ruas, oferecendo preços que sabíamos que eram competitivos e prometendo entregar no dia seguinte, mesmo sem ter a oferta. Ao final do dia, íamos no atacado comprar os produtos para entregar no próximo dia com nossos próprios carros. Alguns restaurantes até achavam um pouco estranho que a gente vendia e a gente mesmo entregava (...)
Não é fácil tirar do zero a oferta e demanda quando não se tem nada. Mas essa é a nossa história.
Pedro também contou os motivos que levaram à decisão pelo ramo de Foodservice. Ele lembrou das conversas iniciais com seus colegas de faculdade, Gabriel Sendacz e Raymond Shayo, que logo se tornariam seus sócios:
Identificamos os pilares que queríamos para nossa empresa: Um mercado grande, fragmentado, e também off-line; que se relacionasse com o core-business dos clientes; e, por fim, mas não menos importante, construída sob um modelo de negócios ganha-ganha
O Foodservice se encaixou na descrição como uma luva. Pedro acompanhou de perto a experiência da sua família na gestão de uma dark kitchen, e vivenciou, na prática, as dificuldades desse setor.
Vimos um mercado enorme e fragmentado, tanto na oferta quanto na demanda, super carente de tecnologias e entendemos que o processo de fornecimento de uma dark kitchen estava longe de ser automatizado (...)Restaurantes fazem compra de insumo toda semana, e esse é o custo mais representativo da operação. Há, ainda, milhares de opções de fornecedores com variação de preço até 50% no mesmo dia, no mesmo produto e na mesma marca. Era curioso que ainda não existisse uma corretora do Foodservice.
Foi nesse momento que nasceu a ideia da Cayena, num formato bem diferente do que conhecemos hoje. Alguns “recálculos de rota” depois, seguimos focados em aprender para crescer e seguir a nossa missão de simplificar o setor mais importante do planeta.
Nos próximos artigos exploraremos outros pontos abordados no podcast, como a digitalização do mercado B2B, contexto desse tipo de Marketplace no Brasil e principais indicadores de sucesso.